Interessa-me desconstruir a idéia geral que se tem de arquitetura, inicialmente. Muitos, quando pensam arquitetura, pensam em planta, planta-baixa. O que é uma planta-baixa? Planta baixa é uma maneira de representação gráfica formal: nela se vêem as medidas de comprimento e largura, a sobreposição de elementos também e coisas semelhantes. Geralmente isso é insuficiente para se entender um projeto... A não ser que o projeto parta da planta – algo que, feito sistemática e geralmente, é terrível. Le Corbusier (arquiteto popstar, modernista, metido a besta e que levantou a moral dos arquitetos) nos lembra da existência da terceira dimensão: a altura.

Quando Le Corbusier fala da altura está fazendo clara alusão à verticalização, solução (e causa) de muitos problemas... Para um espaço, o arquiteto propõe outro e a modificação do espaço anterior é igual a um novo espaço. Basicamente, o projeto arquitetônico é uma proposta de um novo espaço a fim de atender à alguma demanda. Por exemplo, um espaço para eventos; ou um espaço para eventos que precisa se transformar, das 11h às 14h, num restaurante; ou um lugar sem utilidade quista e que se quer dar outra função... É importante, para início de conversa, que se saiba que cada solução arquitetônica é única para sua devida pendência!

Então os dizeres de Le Corbusier, na Carta de Atenas, quanto à altura, devem ser avaliados para cada intervenção urbana ou arquitetônica. E aqui falo de padrão. E aqui, negando a padronização, lhes mostrarei o que é um (bom) projeto. Um projeto supõe uma situação anterior. Esta mesmo que dará as diretrizes problemáticas para o arquiteto trabalhar. O arquiteto vai ao local, conhece suas peculiaridades, entra em contato com os usuários ou possíveis usuários, enfim, conhece o statu quo de perto. A próxima etapa é o projeto, e seu desenvolvimento se dá de diversas formas, segundo a característica de cada arquiteto ou grupo de arquitetos, todavia algo principalmente deve ser levado em conta para (a probabilidade maior de) um bom projeto.

Há pessoas que dizem projetar por desenho, outras pelo computador, outras com maquetes, outras com esculturas, outras com luz... Fundamentalmente, todavia, todas estas pessoas projetam igual, pois o fazem a partir da idéia, projetam na mente. Quero mostrar em que medida algumas métodos de projetar podem matar na raiz justamente aquilo que deve ser considerado para um bom projeto de arquitetura: a visão espacial. Todas aquelas formas de projeto de que falei são, na verdade, representações. As representações são fundamentais para tudo, pois são a forma de comunicação – inclusive conosco mesmos. Projetar a partir da planta não pode, então, ser tão ruim sob a justificativa de que a planta é uma representação.

Quando temos uma idéia na cabeça, em algum ponto temos de transpô-la ao real, caso queiramos que faça parte do projeto. Não conseguimos projetar inteiramente na cabeça. Aí podemos rabiscar qualquer coisa que mais ou menos corresponda àquilo que pensamos ou trabalhar isso numa maquete etc... Um processo tal que as próprias coisas pelas quais projetamos nos influenciam no projeto, além de que as idéias podem ser desenvolvidas a partir do que temos à mão ou à vista, e isso é normal. Vamos formando, por vários instrumentos representativos, aquela “coisa” que ainda não existe, mas que vai dando sinais do que é por pedaços de papel, risco de grafite, tintas, arame e seja o que for. Está em construção, em discussão ainda.

Quando as idéias já são de um espaço inteiro pensado, uma proposta que se vai executar, aí sim entramos com representações formais. Elas contêm pontos de vistas privilegiados para os executores da obra, contém as medidas, a especificação de materiais, as sobreposições, tudo em códigos normatizados. São desenhos que, por mais que queiram representar as três dimensões, como um perspectiva isométrica p.ex., são sempre sobre o plano. E a planta, o que é? um desenho cuja função é definir características em duas dimensões. Assim, como é possível um arquiteto, projetando a partir da planta, ter uma boa visão do espaço como ele realmente é, com suas três dimensões? Uma reposta pra isso é aquela de que muitos arquitetos já têm tal experiência que lhes permite uma boa visão espacial, mesmo projetando com a planta... Mas como explicar o “plantismo” já nos primeiros anos dos cursos de arquitetura?

(...)

Entre os dias 25 de julho e 1° de agosto, em Belo Horizonte, ocorreu o Encontro Nacional dos Estudantes de Arquitetura (ENEA) 2009.
Gente de todo o Brasil, principalmente alunos da graduação em arquitetura e urbanismo marcaram presença no evento.Organizado por gente jovem, anualmente, o evento é uma ótima oportunidade de contato entre os estudantes, suas experiências na área, seus pensamentos, suas salivas, enfim!

É importante um evento destes, sobretudo porque é algo materializado saído de uma união de estudantes, algo que anda muito escasso, principalmente na nossa área (arquitetura).
Filas imensas para almoço, banho e jantar! Informações desencontradas! Vagas limitadíssimas nas visitas! Falta de lugar decente para implantar as barracas! Pagamento a mais por Instituição!
É claro que existem muitos erros a serem sanados, mas, para qualquer crítica, deve-se considerar, primeiro: que quem organiza aquilo não são pessoas especializadas, mas estudantes, como nós! que perdem muito por estarem afastados de suas faculdades e não cursando disciplinas etc.Em segundo lugar, a gente deve pensar que pode reclamar desses problemas e ser escutado! Na plenária todos têm vez e voz! Além de tudo, quem está na mesa são estudantes também!
Meu coração nordestino ficou realmente sentido... (toquem música triste: “Assum Preto”) com o que pareceu um boicote à festa do nordeste. É que os caras apagaram, não sei por que motivo ou acidente, uma playlist lá que a galera do nordeste havia preparado! Ao menos é o que me chegou aos ouvidos... Eu não sei se isso foi levantado na plenária ou em qualquer reunião de delegados dessas que ocorrem enquanto a gente bebe e passeia pela cidade. No entanto, eis um ponto!

Quem organiza tudo é a FENEA, Federação Nacional dos Estudantes de Arquitetura, conheça, véi! O link deles é www.fenea.org

Que venham os EREA’s (Encontros Regionais)! que venha o ENEA Uberlândia 2010! que venha o ELEA (latino-americano) Brasília 2010! (Se eu tiver grana, vocês me encontrarão lá na Esplanada caçando tucano!)

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